Idoso passa mal no trânsito e é socorrido por médicas que passavam na mesma rua
26/08/2024
Médica estava passando em um carro por aplicativo, a caminho de um curso de técnicas de reanimação cardiopulmonar, quando viu a cena. Médicas que estavam de passagem realizaram primeiros socorros em idoso que teve parada cardiorrespiratória em Fortaleza
Reprodução
Um homem de 62 anos teve uma parada cardiorrespiratória enquanto dirigia na manhã deste domingo na rua Padre Antônio Tomás, no bairro Aldeota, em Fortaleza. Pouco depois, ele foi socorrido por duas médicas que estavam passando pela mesma rua no momento exato em que ele passava mal.
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O idoso estava na companhia da esposa quando começou a passar mal. Ele chegou a parar o carro próximo à calçada, mas ficou inconsciente ainda no banco de motorista. A médica anestesista Thaís Lima estava passando na mesma rua, em um carro por aplicativo, a caminho de um curso de técnicas de reanimação cardiopulmonar, quando viu a cena.
Idoso passa mal no trânsito e é socorrido por médicas que passavam na mesma rua
"Durante o percurso, ao parar no sinal, a motorista e eu visualizamos um senhor que tava no banco do motorista dentro do carro, aparentemente inconsciente", contou a médica ao g1. "Vi que ele tava desmaiado e já me passou pela cabeça que ele poderia estar com parada cardíaca por conta da coloração. E aí, nessa hora, eu já abri a porta, pedi pra motorista do Uber parar, que não prosseguisse, que eu iria ficar lá, que eu era médica e poderia ajudar".
Com a ajuda de um rapaz que estava próximo, Thaís tirou o homem do carro e o colocou deitado no chão, posição recomendada para executar as massagens de compressão cardíaca.
Thaís deu início aos procedimentos de primeiro socorro, no que foi surpreendida com a chegada de uma médica oncologista que também estava passando pela rua no momento e percebeu o esforço para salvar o idoso.
"Eu fiquei com ela fazendo as tentativas de reanimação. A gente na rua não tem como dispor de muitas ferramentas. [...] O que a gente pode fazer é realmente manter essa compressão para tentar manter o fluxo do sangue em movimento enquanto não chega ajuda", explica Thaís.
"Quando o SAMU chegou, eu passei o caso pro médico, identifiquei, continuei na assistência. Eles pegaram já o material avançado, a gente prosseguiu com a entubação, já foi feita a avaliação do ritmo cardíaco, foi constatado que ele tava com uma arritmia, a gente fez o choque, pra tentar retornar à circulação espontânea", detalhou a profissional de saúde.
A ação durou cerca de 40 minutos. Ao fim, a circulação sanguínea do homem voltou e ele foi levado para o SAMU para um hospital próximo. Segundo Thaís, a esposa do idoso confirmou que ele já possuía uma doença cardíaca e fazia uso de medicação.
Ao g1, a esposa dele disse que após ser socorrido pelo SAMU, o marido foi levado a um hospital, onde está internado na UTI e aguarda a realização de exames.
Médica anestesista já foi salva por outra anestesista dez anos atrás
A motorista do carro onde Thaís estava, a estudante universitária Raiza Lemos, conta que no momento, todos em volta tentaram ajudar como puderam. Ela mesma usou o veículo para fechar parte da via e garantir a segurança dos que participavam do socorro.
"Foi um trabalho em equipe muito bonito e as pessoas ao redor respeitando, orando, intercedendo, acalmando a esposa dele", conta Raiza.
Quando parou para socorrer o homem, a médica Thaís Lima estava a caminho de um curso de atualização de técnicas para reanimação cardiopulmonar. O esforço para socorrê-lo a fez recordar de quando ela mesma precisou contar com a solidariedade de outras pessoas para sobreviver.
Quando tinha 18 anos, Thaís teve uma parada cardiorrespiratória por conta de uma embolia pulmonar. Na época, ela estava cursando medicina e foi salva por uma médica anestesista que estava no prédio da faculdade, próximo a ela.
"E hoje, como anestesista, eu pude, com a ajuda do SAMU e da outra colega médica que estava lá, ajudar a salvar mais uma vida", avalia Thaís.
Após ter ajudado a estabilizar o idoso, ela conta que a família dele parou para agradecê-la. Testemunhas que acompanharam o socorro, inclusive, chegaram a aplaudir a ação da equipe médica.
"A gente percebe que acabou de presenciar uma situação muito delicada e pôde ajudar alguém que eu não conhecia, eu não conhecia a família, não sabia quem era, mas que eu vi que era uma pessoa muito querida, e que eu pude ajudar, e isso realmente é uma sensação muito gratificante", completa.
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